segunda-feira, 8 de abril de 2013


DÚVIDA  QUE  MATA

                     Samuel Castiel Jr.

 

 

 

 

 

 

               Aos 57 anos, separado da primeira mulher, vivia com outra  bem mais jovem, de 25 apenas, por quem se apaixonou a primeira vista! Os 32mais velho não o incomodavam tanto, mas vez por outra, davam-lhe um certo desconforto, que nunca levava muito a sério! Ultimamente, porém, as coisas começaram aos poucos mudar. Sua jovem mulher sempre foi fogosa, de coxas grossas e seios fartos! Seus quadris eram largos, sua bunda redonda e empinada! Estava sempre alegre e de bom humor, de bem com a vida! Na cama transformava-se num vulcão, levando-o a loucuras!... Mas aos poucos essa fogueira toda foi se apagando, até que só ficaram pequenas brasas! Quando reclamava, ouvia sempre:

--Você só quer saber de sexo! Não pensa mais em outra coisa! Você não tem mais idade pra isso! Já não é mais um adolescente!...E por aí se desfilava um bla-bla-bla!

           Mas fazer o que? Ele gostava dela, vivia pra ela, era apaixonado por ela! Talvez fosse só uma fase, depois as coisas certamente iriam se arrumar!

           Mas não foi bem assim. A mulher esfriou total com ele. Virou uma geladeira mesmo! Foi tudo se acabando, até e principalmente o sexo, que ele gostava tanto...

           Não agüentando mais a indiferença da sua jovem mulher, confidenciou a um amigo do escritório, tinha que desabafar com alguém!

-- Olha Ogismundo, como o ditado diz, nessas coisas de marido e mulher é melhor não meter a colher! Mas, com as coisas já chegaram até aí, você precisa ter muito cuidado pra não virar um corno conformado! Porque  não contrata um detetive particular e manda segui-la? As vezes isso dá certo!

           No início deplorou a idéia! Mas, com o tempo, a medida que a relação ficava a cada dia mais deteriorada, o ciúme apertando, foi achando que seu amigo tinha razão. Não podia aceitar sequer a idéia da traição! Mas, por via das dúvidas, só por um descargo de consciência, resolveu contratar um detetive. Tinha que ser um trabalho profissional! Não poderia haver amadorismo. Até porque, caso a sua jovem mulher descobrisse que estava sendo seguida, poderia o feitiço viarar contra o feiticeiro!  Ela poderia ir embora e ele não iria resistir ficar sem o seu pitelzinho!... Mesmo com toda a indiferença, não suportaria ficar sem aquele aconchego na cama, o calor de suas coxas!...

           Contratou o serviço de um profissional referendado pelo próprio amigo do escritório, aquele que dera a ideia. Tudo tinha que ser feito na mais discreta ação, sem deixar rastro nem pista! Tudo acertado, pagou parte adiantado, como exigiu o detetive. O restante no final do serviço. Pediu trinta dias para entregar o relatório. Nesse período, a ansiedade quase o matou! Deu até pra roer as unhas, coisa que detestava quando via nos outros.

            Decorrido o tempo previsto, o detetive Uatson trouxe-lhe o relaório:

-- Aqui está o relatório final e conclusivo Seu Ogismundo! Infelizmente não tenho boas notícias! Suas desconfianças se concretizaram: sua mulher tem um amante!

-- Como você chegou a essa conclusão? Fez tudo como estava previsto?

-- Sim, no sigilo mais absoluto. Consta tudo no relatório, com farta documentação de fotos. Você é corno! Sua mulher tem um amante! Eu a segui durange todos esses dias! Grampeei seu celular, segui os dois até o motel, esperei que entrassem no quarto e, quando fecharam a porta, postei-me olhando pelo buraco da fechadura, vendo tudo!

-- Conta, conta tudo macho! Quero todos os detalhes, com minúncias, sem faltar nada! Ele suava e esfregava as mãos, a ponto de ter um ataque apoplético!

-- Bem, eles se beijaram de forma selvagem! Ele foi arrancando suas roupas, seus soutiens e ela também foi tirando a roupa dele, peça por peça!

-- Conta, mas conta tudo mesmo! O suor saia pelo seus poros, ele esfregava as mãos freneticamente!

-- Bom, aí ele tirou a calcinha dela e...

-- Continua, conta tudo, até o fim! A saliva ficou abundante e grossa em sua boca!

-- Aí ele pendurou a calcinha dela na maçaneta da porta e não pude ver mais  nada!

-- Porra! Ele deu um soco na mesa. Isso não é possível: essa dúvida atroz é que me mata!...

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